Antes de entrarmos nas dicas, tenha e mente três coisas:
a) Você precisa querer de VERDADE reduzir as brigas, não adianta dizer que vocês brigam muito e não fazer nada, ou dizer que quer reduzir as brigas, mas ser o primeiro a aumentar o tom de voz, a perder a paciência por qualquer coisa. Ou dizer que quer reduzir as brigas, mas não estar disposto a fazer nada por isso. Nesse último caso, o “nós brigamos muito” não vai passar de uma reclamação vazia.
b) Vamos te explicar a dica, e já antecipamos que usamos todas há anos e fazem muita diferença no relacionamento, dar alguns exemplos, mas é preciso que você a adapte à realidade do seu relacionamento. Pare 10 minutinhos para pensar “que ação eu vou gerar dessa dica”.
c) Não podemos obrigar a outra pessoa a mudar, por mais forte que seja nosso desejo. Então as dicas abaixo são coisas que VOCÊ pode fazer para reduzir as brigas no relacionamento, e não que a outra pessoa “deveria” fazer. Com o tempo, você verá, o clima emocional da relação vai melhorar muito.
b) Vamos te explicar a dica, e já antecipamos que usamos todas há anos e fazem muita diferença no relacionamento, dar alguns exemplos, mas é preciso que você a adapte à realidade do seu relacionamento. Pare 10 minutinhos para pensar “que ação eu vou gerar dessa dica”.
c) Não podemos obrigar a outra pessoa a mudar, por mais forte que seja nosso desejo. Então as dicas abaixo são coisas que VOCÊ pode fazer para reduzir as brigas no relacionamento, e não que a outra pessoa “deveria” fazer. Com o tempo, você verá, o clima emocional da relação vai melhorar muito.
Abaixo, 10 dicas, com exemplos, de como reduzir as brigas no seu relacionamento.
1 - Alinhe suas expectativas
1 - Alinhe suas expectativas
Fazemos muitos planos na nossa mente, o nome disso é diálogo interno. Conversamos com nós mesmos o dia todo o tempo todo, e isso é normal para todo ser humano. O que não devia ser normal é criarmos uma ideia sobre o relacionamento através do nosso diálogo interno e colocarmos sobre a outra pessoa a expectativa de que o diálogo interno dela também chegue à mesma conclusão. Isso não vai acontecer. O processo de pensamento de cada pessoa funciona de forma diferente e é baseado na história de cada um, nas crenças e valores de cada pessoa, na criação e em diversos outros fatores que nem irmãos gêmeos terão vivido de maneira igual. Logo, não é física ou biologicamente possível que a outra pessoa pense como você pensa. E, se isso acontecesse, você teria casado consigo mesmx, e não com OUTRA pessoa. A beleza do relacionamento está também nas diferenças de cada um.
Mas se seguimos nosso processo de diálogo interno esperando que a outra pessoa entenda que “é óbvio”, saiba que não vai acontecer. Se você criou qualquer expectativa em sua mente, por mais óbvia e sensata que seja, boa parte das suas brigas não vai nem chegar a acontecer se você compartilhar esse “óbvio” com a pessoa que você ama.
Exemplos de expectativas a serem alinhadas:
a. Um jovem casal estava emburrado um com o outro por não ter conseguido decidir se posavam na casa de alguns amigos ou voltavam para casa, isso tarde da noite, enquanto todos viam filmes juntos. Perguntamos a eles o motivo de estarem chateados, “Eu quero que ela diga o que quer” disse ele “perguntei se ela queria ir para casa ou posar, ela disse que não queria deixar a mãe sozinha. Eu disse ‘então vamos para casa’, aí ela respondeu, ‘mas estou tão confortável aqui e com tanta preguiça de ir’. Perguntamos para ela o que ela queria, ela disse: “queria que ele decidisse as coisas de vez em quando”. Observe que apesar de querer duas coisas contraditórias ao mesmo tempo, o que ela realmente queria era que ele tomasse a decisão. E ele não queria se indispor com ela.
Se na noite da briga eles tivessem dito exatamente o que esperavam um do outro (expectativa) poderiam ter tido uma noite bem mais agradável.
Uma dica extra para alinhar expectativas é pensar consigo mesmx “o que eu preciso que ele entenda”. E focar sua fala nisso.
b. Emer só foi saber que eu não queria filhos depois que a gente se casou. Na nossa cabeça era obvio para cada um o que aconteceria – na minha, não teríamos filhos, na dele, teríamos filhos.
Atenção para não despejar tudo o que você pensa o tempo todo sobre a outra pessoa. Há uma linha (e não é tênue) entre alinhamento de expectativas e falar o tempo todo. Seja seletivo com o que quer alinhar com a pessoa que você ama, pense sempre no que vai evitar brigas e no que é grande demais e não pode passar.
2. Comunique pessoalmente
Estávamos ajudando uma pessoa que dizia para a gente que seguia todas as nossas dicas, entre elas, o alinhamento de expectativas, mas o namorado era sempre grosso e ela não estava vendo resultados. Quando perguntamos “como é que você comunica para ele suas expectativas?” ela respondeu que enviava whats app todo dia. Lendo assim, pode até parecer óbvio, mas quantas coisas importantes você comunicou por whats, por telefone, deixando recado com amigos, por e-mail etc.?
Lembre-se, só é óbvio depois de falado, e muito bem explicado. Por isso essa dica está aqui. Qualquer coisa que queira comunicar e seja importante, nem que seja um pouco, sempre (SEMPRE) comunique pessoalmente.
Antes de tudo, comunicar pessoalmente te permite sentir com mais facilidade a reação da outra pessoa, observar sua respiração e medir o tom de voz e expressão corporal para passar a mensagem da melhor maneira possível.
3. Cuide com os vícios
Você já deve saber que vício é tudo aquilo que é excessivo e o “portador” do vício não percebe o excesso ou que de alguma forma faz mal. Alguns vícios você já conhece e nem precisamos dizer o quanto fazem mal para o relacionamento e, claro, para o indivíduo.
Mas o alerta aqui é para os vícios que você não percebe que são (ou tem potencial para ser) nocivos. Não temos como mapear todos aqui, mas os exemplos que vamos dar vão te ajudar a abrir a mente para possíveis vícios.
a) Vicio em telas. Celular, notebook, televisão etc. A indústria do entretenimento é genial, do jeito que o mundo está hoje, acreditamos que passar meia hora sem fazer nada é perda de tempo. Ficamos entediados. E mesmo quando dizemos “não estou fazendo nada”, estamos, na verdade, em alguma rede social ou jogo no celular.
Nossa pergunta para você é: você conseguiria ficar 24horas sem seu celular?
Se sua resposta é não, atenção! As “telas” podem estar tomando muito mais do que só seu tempo, há uma chance muito grande de estar sugando de vocês a atenção que um deveria estar dando ao outro. Pode estar corroendo a paciência que vocês precisam ter um com o outro para o relacionamento prosperar e, tão ruim quanto, pode estar tomando de você o tempo que você poderia usar para melhorar sua saúde física e mental.
Muita gente nos procura falando de sua ansiedade, depressão e/ou insônia. É claro que os problemas que a vida traz são os causadores dessas doenças, mas as telas com certeza não ajudam, pelo contrário, costumam agravar a situação. Uma mente já agitada pelos problemas do dia a dia, que no tempo que poderia usar para acalmar-se, para deixar as águas clarearem, fica na tela do celular, nas mídias sociais, ou vendo jornais, novelas, ou qualquer quantidade absurda de informação que não fará diferença real na sua vida, só ficará ainda mais cheia, agitada, e nunca conseguirá pensar com clareza real, quem dirá dormir ou se acalmar o suficiente para minimizar os impactos da ansiedade ou depressão.
Não estamos dizendo que não deva acessar essas mídias sociais ou ver jornais ou séries. Nada disso. Estamos dizendo que você é forte suficiente para determinar que à noite, por exemplo, a partir das 18hrs, você não irá ligar a TV ou acessar o celular. Ou então que você só terá contato com a tela por três períodos de meia hora por dia, depois do almoço, no lance da tarde e meia hora antes do jantar. E ainda, que os conteúdos a que você vai ter acesso serão conteúdos úteis e relevantes para sua vida, de preferência leves para que você possa usar sua energia nos seus problemas e objetivos do dia a dia.
Nem vamos entrar no mérito do processo mental gasto com o acúmulo de informações não úteis para você ou do tipo de diálogo interno que essas informações geram na sua mente.
E para você entender o quanto é importante limitar o seu tempo e energia gastos com telas, perceba: esse texto veio de quem acessa seu público através das telas.
Publicamos muito conteúdo nas mídias sociais e nos orgulhamos de dizer que é um conteúdo leve e que serve para gerar reflexão e que só nos interessa que acessem esse conteúdo as pessoas que serão beneficiadas por ele. Mesmo mídias sociais sendo nosso meio de contato com você, estamos dizendo: fique nelas apenas o tempo necessário para ter acesso a informações que te ajudarão em algo.
E sim, mesmo trabalhando com isso, ainda assim nosso acesso é restrito ao tempo necessário, nada mais, e só acompanhamos páginas que tem coisas boas e úteis (para nós – que fazem diferença na nossa vida) a dizer.
b) Vício em bingo. Não, não é uma metáfora, nem todo vicio em jogos tem a ver com cassinos e apostas. Conhecemos mais de um relacionamento afetado pelo vicio em bingo. O problema não é ir à festa beneficente da igreja de vez em quando, o problema é estar a procura do bingo todo fim de semana e durante a semana e ficar mal humorado quando não vai, ou deixar os programas de família sob o pretexto de ir ao bingo por que “fica relaxado” ou por que é o “único momento que tem” para se divertir um pouco. É claro, esse é só um exemplo para te ajudar a entender que vícios não existem apenas para drogas e álcool, mas sim que quando você precisa justificar algo que você faz para si sempre e se você fica de mal humor se isso não acontece, há um alerta e você deveria, antes de tudo, tomar consciência de que sua necessidade, na verdade pode ser um vício. O que nos leva ao próximo tópico.
c) Vício em sexo. Já ouvimos algumas pessoas dizerem com orgulho que são “viciadas em sexo”. Na verdade, não deve haver orgulho em um vício. Nos casos que ouvimos, provavelmente era só o tanque de amor vazio falando, mas já lidamos com pessoas em que o vício era real no relacionamento. Um caso em particular dizia respeito a uma das partes do casal que nos procurou contando que a outra parte exigia relações sexuais pelo menos três vezes por dia. Se as duas partes concordam e se sentem bem com isso e se não acontecer, os dois continuam bem, é uma coisa, mas a conversa muda quando a necessidade se torna exigência e quando gera desconforto ou medo em uma das partes.
Para os três casos, e tudo o que você pensar que gere em uma das partes do casal o sentimento de “preciso disso”, “me ajuda a relaxar, e se não acontece, fico mau”, ou qualquer coisa nesse sentido, fique em sua mente com o alerta de que pode se tratar de um vício e cedo ou tarde vai refletir negativamente no seu relacionamento. A atenção será levada para outro lado, o bom humor, causado por hormônios como dopamina e serotonina serão substituídos por hormônios do estresse, como o cortisol, e sempre que isso acontece o resultado é um só: brigas e mais brigas.
4. Fale a Linguagem do amor
Tanque do amor vazio reflete diretamente no clima emocional do relacionamento. Se uma das partes não se sente amada, automaticamente ficará triste ou mau humorada o tempo todo. Tudo será motivo para briga ou discórdia e nada do que o outro faça será suficiente. Isso porque o que o outro faz não é direcionado o suficiente para a pessoa se sentir amada. Lembre-se de que amar tem a ver com tratar a outra pessoa como ela gostaria de ser tratada e não como você gostaria. Isso porque raramente um casal tem a mesma linguagem do amor.
Mas uma maneira bem simples de resolver metade das brigas no seu relacionamento, é descobrindo qual a linguagem do amor sua e da pessoa amada, agir de acordo com ela e conversar com seu amor sobre isso.
a) Toque físico
b) Tempo de qualidade
c) Presente
d) Serviço
e) Palavras de afirmação
5. Não ficar supondo ou imaginando coisas
Você já viveu ou presenciou uma situação em que um diz para o outro “mas eu achei que você tinha entendido que eu queria jantar fora”, ou então “você estava agindo estranho, claro que eu fiquei com ciúmes”, ou ainda “é obvio que eu queria sair com minha família”.
Qualquer coisa que suponha que o outro sabe o que você está pensando, ou que você ache que sua ação ou desejo é obvio ou tem motivo obvio, acredite, vai ser motivo para briga.
“Eu acho que elx olhou para outra pessoa”, “eu acho que elx prefere ver TV em vez de viajar”, “eu acho que elx vai ficar brabx se eu propuser isso”, “eu acho que ele vai ficar chateado se isso”, “eu acho que ele pensa isso”, “Que ele pensa aquilo”.
Recentemente, uma pessoa nos contou de uma amiga (e indicou o canal por isso) que é casada há 20 anos, filhos crescidos, e um marido que viaja muito. O casamento não vai nada bem. Há alguns dias, a amiga (da pessoa que nos contou) decidiu mudar a aparência pensando em agradar o marido, colocou apliques no cabelo e fez uma depilação super especial, do tipo que nunca tinha feito. Imaginou que ele ficaria louca por ela. Quando voltou da última viagem, em vez de elogiar, o marido enlouqueceu. Brigou e xingou dos piores nomes que você pode imaginar e deduziu que após 20 anos, ela não estaria fazendo aquilo por ele.
Desse caso, temos duas dicas para a mulher. Mas antes disso saibam que não aprovamos de modo algum o comportamento do marido. Nada justifica brigar e xingar sem nem mesmo tentar entender a intensão positiva por causa da mudança da esposa. (nesse caso específico, foi a mulher que mudou a aparência e o marido que explodiu de raiva, mas não significa que o contrário não aconteça, ok?)
Sobre as dicas, e anota aí que pode te ajudar:
1. A falha da esposa foi fazer a depilação e o cabelo para achando que agradaria o marido. É claro que devemos fazer muitas coisas para agradar a pessoa que amamos, mas se antes disso estivermos felizes por nós mesmos. A ideia é transbordar o que há em nós e não tirar parte de nós para a outra pessoa. Se ela tivesse feito a mudança por ela, para se sentir bem, o marido provavelmente teria tido a mesma reação (se um trabalho anterior não fosse feito), mas ela sofreria menos ou por menos tempo com a reação dele, por que teria feito por ela e por isso estaria mais confiante e serena.
2. Ela supôs, com a mais positiva das intensões, que melhorando a aparência para o marido, ele a elogiaria ou amaria mais. O marido supôs (estamos especulando, não conhecemos a versão dele, apenas a dela) que uma mudança assim depois de 20 anos não seria de maneira alguma por causa dele, afinal “ele a conhece há tantos anos e ela nunca foi disso! Tem boi aí”.
Esse é problema em fazermos suposições ou imaginarmos o que o outro vai pensar. A briga desse caso foi feia, mas episódios assim poderão ser evitados no futuro se a mulher, sabendo da fragilidade do casamento, conversar com o marido e perguntar se ele gostaria que ela mudasse algo na aparência por ele, e o marido, antes de deduzir qualquer coisa negativa para a mulher, respirar fundo e perguntar o que a fez querer mudar depois de tanto tempo.
Não quer dizer que não se deva tentar coisas novas, fazer surpresas, nem nada assim. Mas vale sentir o estado emocional do relacionamento antes e pensar na personalidade da pessoa amada. Supor ou imaginar coisas em um relacionamento já frágil pode abrir mais margem para desconfianças em vez de boas expectativas. Se tiver dúvida, lembre-se: pergunte antes.
6. Tenha conversas que podem ser difíceis nos horários adequados
Se há algo no relacionamento que aflige seu coração, nosso conselho sempre será: compartilhe.
Assuntos mais difíceis de ser abordados, por exemplo: retomar o relacionamento que está por um fio, desconfiar de traição, decidir a melhor forma de criar os filhos, qualquer assunto que não seja tópico para o jantar com colegas ou enquanto espera o filme começa, no entanto, precisam de atenção mais do especial não só a forma como falar, mas também ao ambiente em que vocês estarão quando você for conversar.
Uma das falhas que percebemos nos relacionamentos que não vão bem é que as pessoas ficam tão atoladas no redemoinho de sentimentos e diálogo interno que as situações induzem, que não conseguem pensar de forma estratégica nas situações que precisariam disso.
É claro que um relacionamento é feito de muito sentimento, compartilhamento, e confiança, mas se algo não vai bem, lidar com as situações mais críticas de forma racional e estratégica fará toda a diferença. E uma das situações que mais precisam de pensamento estratégico (nada complicado, tá? Você já vai ver que é mais simples ainda do que parece) é aquela conversa difícil.
Para isso, recomendamos fortemente que você escolha um horário em que:
• Os dois possam ter privacidade. Por mais legal que seja compartilhar suas conquistas e momentos com amigos e colegas ou nas redes sociais, algumas coisas funcionam muito melhor se não tiverem público. E isso vale para amigos, familiares e, sim, filhos.
• Pense em um momento em que os dois possam estar descansados e alimentados. Para mim e para o Emer, o sábado de manhã é o melhor momento para tocar em assuntos sensíveis, depois do café da manhã. Se vocês não têm um horário assim, pense no que mais se encaixa e pense em como você pode “completar” o horário com um café da manhã ou outra refeição ou um cochilo.
• Se possível (os dois critérios acima são basicamente obrigatórios, esse é opcional, mas muito recomendado), faça algo na linguagem do amor da pessoa antes, e elogie se fizer sentido com o momento. Ajudará a outra pessoa a abrir o coração para o que você tem a dizer.
7. Pedir do jeito certo.
As vezes temos o desejo tão forte de que a outra pessoa mude, que ficamos falando do que gostaríamos que ela mudasse o tempo todo ou então pedindo várias coisas ao mesmo tempo que a outra pessoa se irrita ou briga. (se você pedir muita coisa, vai sobrecarregar, peça pouco e depois de elogiar 3 vezes)
a. Seja específico.
b. Fique atento ao estado emocional e físico seu e da pessoa amada.
c. Junte tudo a dica anterior.
8. Não sobrecarregue com emoções (as pessoas são naturalmente empáticas, vão sentir, vão absorver)
Relacionamento é sobre emoções. Não é apenas sofre satisfação física ou sobre crescer juntos, é muito mais sobre a busca por satisfação emocional.
E, a não ser que você ou a pessoa que ama tenha o distúrbio da psicopatia, vocês são naturalmente empáticos, em diferentes níveis, mas são. Especialmente no relacionamento, pela busca por satisfação emocional, vocês estão mais propensos a um absorver a carga emocional do outro.
Por isso essa dica está aqui. Se pensar estrategicamente, não compartilhará todas as suas emoções o tempo todo com a pessoa amada. Nós por exemplo, filtramos muito o que vamos compartilhar sabendo o que pode ou não fazer mal a outra pessoa e o que é relevante ou importante que ela saiba. Não é sobre guardar segredo ou sobre não ter intimidade, pelo contrário, é sobre poupar um ao outro e compartilhar emoções apenas o suficiente para um poder ajudar o outro, sem sobrecarregar.
Até que você encontre o melhor equilíbrio sobre o que compartilhar ou não, recomentamos que faça testes, comece escolhendo apenas uma situação emocional que gostaria muito de compartilhar e vá medindo com o tempo qual o limite saudável para os dois.
Não se preocupe, a última dica dessa lista vai te ajudar a dissipar a carga emocional restante. Algumas pessoas se sentem aliviadas compartilhando tudo, algumas guardam tudo e não compartilham nada, nem um dos dois extremos é saudável, por isso o casamento dessa e da última dica é tão precioso para o relacionamento.
9. Não faça reclamações vazias
Uma vez, há alguns anos, trocaram o chefe da equipe em que eu trabalhava (Debora). Essa história é profissional, mas exemplifica muito bem essa dica.
Havia um processo específico na área que não gostávamos muito de fazer, até sabíamos que era importante, mas era tão desgastante que ninguém gostava muito de fazer e gostaríamos de mudar aquilo de algum jeito.
Aproveitando a deixa que o novo chefe abriu para falarmos sobre vários assuntos, expusemos esse processo como algo ruim. Reclamamos que era moroso e gerava muito atrito.
O chefe na época, com a calma digna de alguém com muita experiencia, apesar de jovem, olhou para nós e perguntou: “Ok, e como vocês gostariam que fosse?”
Nos entreolhamos aturdidos, “pera, o que?”. Ele continuou: “por que o que vocês estão me trazendo, se vocês não me dizem pelo menos como gostaria que fosse, não passam de reclamações vazias”.
Esse é um exemplo didático, claro, mas pense conosco, ninguém gosta de ficar perto de quem só reclama, fazemos memes e postagens sobre ficar longe de pessoas que “sugam a energia”, ou de pessoas negativas. Mas a partir do momento em que fazemos reclamações sem um propósito bem específico de mudança, nos tornamos exatamente essa pessoa que queremos evitar.
Não quer dizer que você não possa reclamar para a pessoa que você ama, nem que ela não possa reclamar das coisas para você, mas vai fazer muita diferença no relacionamento de vocês se:
a) Vocês tiveram um tipo de código para o “desabafo” (nos fazemos isso e a vida bem mais leve depois desse acordo): se você realmente quiser só desabafar, não quiser ajuda para resolver e não quiser sobrecarregar emocionalmente ou sugar a energia da pessoa que você ama, diga, antes de seguir com a reclamação, “amor, só quero desabafar, tá? Vou falar algumas coisas, mas você não precisa resolver nem nada assim, só me ouvir”.
Nossa mente, automaticamente, procura resolver as reclamações que as pessoas nos trazem, entendo como problemas, mas se você explicar que a outra pessoa não precisa resolver, você tira a carga mental e emocional dela e ainda consegue desabafar. Os dois saem felizes.
b) Se você realmente quiser reclamar sobre algo do relacionamento e quiser a ajuda da pessoa que você ama, sempre pense em colocar no seu discurso “como você gostaria que fosse”. Por exemplo, em vez de “nossa amor! A gente nunca conversa, não tem comunicação entre a gente”, experimente “amor, eu gostaria que conversássemos mais, que tal meia hora por dia para nós dois conversarmos, contarmos do dia, e ouvirmos, principalmente, um ao outro?”
Percebe a diferença? Na primeira opção, a reclamação é vazia, os caminhos para resolver são milhares e cada um tem um entendimento diferente do que pode significar “a gente nunca conversa”, mas na segunda opção você diz como seria o mundo ideal para você, que é o primeiro passo para uma negociação produtiva no relacionamento.
10. Cuide de si, para dissipar emoções negativas
Na dica 8 falamos sobre não sobrecarregar a outra pessoa com emoções demais. Mesmo assim, você ainda merece algum tipo de alívio.
O processo de construção das emoções na nossa mente gera uma série de hormônios e substâncias que podem interferir na sua saúde física, você deve ter ouvido falar nisso como “psicossomática”, é como nosso corpo funciona. Mas se não lidamos devidamente com essas substâncias geradas, elas continuarão agindo. Uma delas é o hormônio cortisol, tem que a função “lutar ou correr” e é liberado em situações de estresse. Se liberado em excesso ou com muita frequência e não dissipado, te deixará irritadiço, mau humorado, com a mente nublada, incapaz de focar em muitas coisas (lutar ou correr, lembra? Tudo tem uma função) e você já consegue perceber o quanto isso pode alavancar as brigas no relacionamento.
Por isso essa dica está aqui: “cuide de si”. Para começar, com algum tipo de exercício físico que é um grande aliado do nosso corpo para dissipar essas substâncias e liberar outras que são boas, como serotonina (prazer e bem estar) e dopamina (motivação, energia). Pense em exercício físico não apenas como os esportes tradicionais, mas vale também atividades como Ioga, Pilates, caminhar com sua avó, levar o cachorro para passear, subir de escadas até o 5º andar, qualquer coisa que faça seus músculos se moverem por mais de 3 minutos.
Como dica extra, se a pessoa que você ama gosta de jogar futebol toda semana, não sofra com isso, pelo contrário deixe e fique feliz sabendo que elx dissipará as substâncias que causam mau humor e brigas. Os dois sairão ganhando.
Atividade física é o primeiro passo, o segundo é cuidar da sua auto-estima. Reserve para si dinheiro e tempo, não precisa muito, mas o suficiente para cuidar da aparência de forma que você se sinta bem. Quem está bem consigo mesmx, é naturalmente mais positivo e mais leve. Gente leve e positiva não costuma brigar tanto.
Já que você chegou até aqui nessa leitura, você merece uma 11ª dica \O/. Que é bem simples e fácil. Lembre-se sempre: antes de tudo, vocês dois são humanos, e a humanidade é perfeita em sua imperfeição. Quer dizer que vamos cometer erros, aprender, errar de novo, aprender mais.
Então como dica fundamental para a saúde emocional do seu relacionamento – ou seja, menos brigas - releve e perdoe.
Lembre-se, quando foi que o 70X7 perdeu a validade?
Não significa se humilhar e aceitar tudo, por que para amar ao próximo como a ti mesmo, você precisa “amar a ti mesmo” antes. Mas que se você for considerar brigar por todo erro ou falha ou situação que não te agrada, vocês vão direto ladeira abaixo. Perdoe e converse quantas vezes forem necessárias, lembre-se, sempre respeitando seu amor próprio.
Grande abraço, e bora transformar!
Grande abraço, e bora transformar!