Essa pirâmide mostra níveis de absorção do conhecimento, ou o quanto nossa mente grava informações dependendo da forma que as buscamos. Ao ler, a estimativa é que você absorva 10% do que está no texto, (claro, salvo se o texto causar algum impacto emocional em sua mente, ou se você repetir a leitura ou, ainda, se o texto tiver muita importância para você, então, não se preocupe, você e deve continuar lendo muito, absorver 10% de um bom livro continua muito melhor do que absorver 50% de bobagens improdutivas), já ao conversar e trocar ideias, a tendência é que você absorva 70% do conhecimento do que discutir.
Considerando que você, provavelmente, não vai sair por aí ensinado Inteligência Emocional (se puder, será ótimo), vamos focar na segunda maior forma de absorver conhecimento: PRATICAR que, segundo a pirâmide, te faz absorver pelo menos 80% do que executar.
Sendo Inteligência Emocional um hábito ou comportamento, acreditamos que praticar te fará aprender muito mais do que 80%.
COMO VAMOS TRABALHAR COM ESSE TEMA
Estes são os tópicos que vamos abordar neste artigo:
1- O que é Inteligência Emocional;
2- Os Impactos da Inteligência Emocional no relacionamento;
3- (Preparo) Como desenvolver essa habilidade;
4- Fogo no parquinho! E agora, o que eu faço?;
5- O que mais devo saber sobre Inteligência Emocional.
O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL?
Para começar a desenvolver sua inteligência emocional, é preciso entende-la antes.
Inteligência é algo mais fácil de entender, mas emoção é aquele tipo de coisa que a gente até entende, sabe o que é, mas raramente consegue definir, então vamos começar por aí.
- Afinal, o que é emoção?
Emoção é um processo automático e por vezes involuntário do cérebro, que gera reações físicas no corpo, que desencadeia comportamentos e nos ajuda a tomar decisões (não necessariamente as melhores).
Por exemplo, se você vê um cachorro grande correndo em sua direção, espumando pela boca e latindo agressivamente, automaticamente uma emoção como o medo toma conta de você, que irá gerar um comportamento. Esse comportamento varia de pessoa para pessoa, mas pode ser algo como correr, congelar ou pegar o primeiro objetivo mais próximo para se defender.
- Diferença entre inteligência emocional e inteligência cognitiva
A inteligência cognitiva é a que te ajuda a calcular, aprender assuntos técnicos, tomar decisões racionais. A inteligência emocional, em contrapartida, é a grande responsável pelo sucesso em qualquer área da vida. Conseguir lidar com as próprias emoções e mais, com o comportamento decorrente da emoção, garante que você faça a escolha certa.
Por exemplo:
* Ao tomar decisões financeiras racionais que otimizam seu fluxo de caixa e te fazem melhorar suas finanças,
* Ao lidar com aquele colega de trabalho chato ou com o chefe que só faz críticas te dando serenidade para cuidar com maestria da sua vida financeira,
* Ao falar com os familiares sobre assuntos difíceis e se tornar o herói deles.
Entre outras coisas.
- Demanda por Inteligência Emocional
Nos relacionamentos, cada vez mais, a demanda por inteligência emocional aumenta. Os papeis e responsabilidades nas relações mudaram e mudam mais a cada dia.
Antigamente, era muito claro que o a mulher e o homem deviam fazer, com que idade deveriam começar a se relacionar e o tabu sobre rompimentos e separações e segundos casamentos era tão grande que as relações se tornavam "eternas", mas não necessariamente felizes.
Para lidar com os novos papeis, o peso emocional de relacionamentos anteriores, as mídias sociais e quantidade de informações úteis, mas na maior parte das vezes inúteis a que temos acesso, é fácil perceber o quão confusas e complicadas se tornas as emoções e, sob as novas e infinitas regras, o quanto é difícil saber a que se apegar e que tipo de relacionamento seguir.
OS IMPACTOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO RELACIONAMENTO
A verdade é que, com alta Inteligência Emocional, não é preciso se preocupar com padrões, regras ou tipos de relacionamentos por que você terá força mental suficiente para desenvolver seu próprio modelo de relacionamento, para manter o interesse dos dois e para lidar com serenidade com cada contratempo, problema, ou influência negativa que surgir no relacionamento.
Para todo caso, é importante que você saiba, Inteligência Emocional é altamente desenvolvível. Como vimos acima, basta praticar e logo você será um mestre em lidar com os comportamentos decorrentes da emoção e mais, usá-los para atingir seus objetivos.
É mais fácil materializar a Inteligência Emocional se você tiver alguns exemplos para associar.
COMO ERAMOS ANTES (Debora e Emerson)
História 1:
Certa vez, nos primeiros anos de namoro, fomos juntos para a praia.
Eu, Debora, estava em uma cadeira de praia, embaixo de um guarda-sol, evitando a areia, o calor e a água salgada o máximo que podia. Nunca fui muito fã de calor excessivo, todo protetor solar que conseguia passar não dava conta de proteger uma pele transparente como a minha, então toda ida à praia resultava em queimadura de sol em lugares que eu achava que tinha passado protetor... mas achar não significa muita coisa, então evito o sol o máximo que posso.
Emer, por outro lado, adora o mar. Então ficamos cada um onde ficávamos mais confortáveis - ele no mar, eu de baixo do guarda-sol e com toneladas de protetor solar - e estávamos felizes assim.
Perto de onde eu estava sentada, dois homens jogavam frescobol ou algum desses esportes de jogar na areia (nunca sei os nomes). Algumas vezes a bola caiu perto de onde eu estava sentada e puxavam assunto. "Calor, né?"; "É calor."
Simpática como meus pais me ensinaram a ser, eu conversava, nunca fui muito boa para perceber cantadas, mas não pareciam ter essa intensão. Não foi o que o Emer pensou.
Logo os homens se afastaram e segundos depois o Emer veio em minha direção, olhos furiosos, bufando e chutando areia sobre mim. (Por que chutar areia???!!!).
Os homens já estavam longe, alheios a tudo. Numa crise de ciúmes, Emer descontou em mim sua raiva, brigou pelo que para ela era muito e para mim era nada.
Foi uma briga feia. "Se você é grosso com as pessoas, problema seu! Eu não vou ser antipática porque você quer! E se acha que pode me dizer o que fazer ou com que falar está muito enganado!".
"Não é sobre te controlar, é só falta de respeito daqueles caras! Você tem aliança no dedo!!"
"E a culpa é minha, de certo?!".
Obviamente não lembramos dos detalhes da conversa e da briga, mas isso ilustra a ideia. Destruímos a viagem com aquela briga. Para piorar, fiquei um tempão sem falar com ele, emburrada. Qualquer tentativa de contato resultada em choro ou grosseria.
Minha família estava junto. Coitados! Nem conseguiam entender o que estava havendo.
Hoje em dia, nem conseguimos dizer quem agiu pior.
História 2:
Eu, Debora, havia sido promovida fazia pouco tempo. Tínhamos o casamento agendado para o final do ano e essa promoção ajudaria muito, com as despesas e tudo mais. Sem contar que eu tinha terminado a faculdade no ano anterior e uma promoção assim fazia tudo valer a pena. A carreira era importante para mim e queria provar à empresa que tomaram a decisão certa e construir minha estrada de sucesso na empresa.
O que eu não percebi na época, aliás, percebi só anos depois, foi o quanto minha dedicação ao trabalho magoava o Emer - não pelo trabalho em si, pela falta de atenção. Eu começava cedo e não tinha hora para parar.
Emer dizia o tempo todo, era irritante: "Você só trabalha! Trabalha o dia inteiro! Isso faz mal!"; eu respondia sempre: "Eu gosto do meu trabalho, estou aprendendo coisas novas e preciso me dedicar! Faço isso por nós! Você sabe o quanto esse dinheiro vai ajudar!"
E era todo dia a mesma coisa.
Acontece que eu não conseguia de jeito nenhum entender por que o Emer não me apoiava. Era importante para nós dois! Por ele não via isso e só reclamava?!
Emer, do ponto de vista dele, não entendia por que eu não dava mais atenção ao relacionamento, passava tempo com ele, mas não estava com ele. Foi um período muito sofrido para nós. Aceitávamos, mas não entendíamos. A tensão e o desentendimento estavam sempre pairando sobre nós.
Há pouco você leu que eu demorei anos para entender. E foi mesmo.
O tempo passou e as coisas no trabalho melhoraram - aliás, se estiver passando por algo assim, saiba que mudanças no âmbito profissional geram um gasto maior de energia no começo, depois de um tempo, a gente aprende a fazer tudo mais rápido e a vida normaliza.
Nos casamos no final do ano. Mudamos de casa cerca de um ano depois e, passamos mais três anos - esse ano - quando começamos a ensinar sobre relacionamento, o Emer me contou algo que me chocou muito.
Naquela época, quando eu trabalhada demais, ele escreveu em uma carta sobre seus sentimentos e sobre toda sua raiva. Jogou a carta fora depois de escrever, mas me contou sobre o conteúdo: Ele sentia raiva de mim por não entender o quando ele precisava da minha atenção; Ele estava sofrendo muito e se calava para não me irritar por que sabia que eu reagiria com frases raivosas ou pior ainda para ele, com silêncio e cara feia.
Na época era exatamente isso que aconteceria. Hoje em dia, nem parece que isso é sobre nós. Parece que estamos contando a história de outras pessoas. Mas sim, era uma versão nossa com zero inteligência emocional. Sem capacidade de entender os sentimentos um do outro e sem nem saber como expressar esses sentimentos para o outro entender.
COMO SOMOS HOJE (Debora e Emerson)
História 1:
Emer faz café para mim todo dia. Eu gosto muito de café. Emer não toma café.
Nesse período de isolamento social temos trabalhado muito de casa, home office. Eu na empresa que trabalhamos (a mesma da história acima, por sinal) e Emer, com o contrato suspenso por causa do Covid, trabalhando nesse projeto que você conhece tão bem.
Emer me fez café e levou até o sofá. Eu estava sentada do lado esquerdo do sofá. Tem um suporte para copo de cada lado, mas, imersa no trabalho - e destra, peguei o copo de café e coloquei no meio do sofá, numa superfície sólida que estava por ali, para poder pegá-lo com minha mão direita.
Emer, que estava sentado no sofá também, tinha levantado uns segundos antes para pegar alguma coisa do outro lado da sala. Quando voltou, sem ver, sentou-se ao lado do copo e voou café para todo lado. Era um copo enorme, então voou muito café.
Tendo lido as duas primeiras histórias, você poderia esperar acusação de todo lado, respirações pesadas e choro ou raiva. E é o que teríamos feito no passado. Não hoje em dia.
Depois que o café caiu, Emer fez "Oh" e correu pegar um pano para limpar o café. Eu sentei no lado seco do sofá e, atolada de trabalho, continuei trabalhando.
Emer, esperto que é (hoje em dia) terminou de limpar, encheu o copo de café de novo e me trouxe dizendo: "Eu te amo duas vezes!"
Rimos e ficou tudo bem.
História 2:
Nossas famílias não são abastadas. Pelo contrário. Faça as contas: somos em cinco irmãos e passamos a maior parte da infância vivendo, nós cinco mais pai e mãe, com pouco mais de um salário mínimo. Isso nos uniu de um jeito difícil de explicar. Família é um valor tão forte para mim que nem o Emer pode competir com ele. Emer é sensível o suficiente (hoje em dia) para perceber isso.
Eles precisaram de ajuda financeira há um tempo. Nem consegui pensar (não posso dizer "não pensei duas vezes" por que não pensei nem uma), saí correndo para ajudar.
No passado, Emer diria: "Se você der dinheiro, vão se acostumar, continuaram com gastos que não fazem sentido".
Eu entendo o ponto de vista dele. Não tivemos educação financeira, então sei que essa ajuda não seria necessária se minha mãe soubesse como gerenciar o próprio dinheiro.
Mas tem um motivo para médicos e psicólogos não tratarem a própria família - o envolvimento emocional é tão alto que eles não conseguem pensar de forma racional.
Esse é o mesmo motivo pelo qual é tão difícil resolvermos questões familiares.
Nuca discutimos muito sobre isso. Mas o posicionamento do Emer foi totalmente diferente. Ele disse: "Vai em frente, veja se eles precisam de mais alguma coisa, talvez compras no mercado?".
História 3:
Trabalhar em uma empresa "normal" e cuidar desse projeto exige bastante da gente. Mas nosso compromisso é mais forte que qualquer cansaço e seguimos firmes.
Mesmo assim, às vezes a dúvida "bate à porta" e balançamos.
Num sábado à tarde, há algumas semanas, Emer começou a ficar rabugento e cabisbaixo. Em outra época eu com certeza teria achado que ele estava zangado comigo por alguma coisa e teria ficado rabugenta também, começaria a brigar antes de perguntar.
Mas nesse sábado a Inteligência Emocional que temos desenvolvido há um tempo tomou seu lugar na relação. Percebi a irritação e frustração do Emer, parei o que estava fazendo, tirei o computador do colo dele e o fiz deitar sobre meu colo.
Ele ficou um bom tempo ali, processando os próprios pensamentos. Mais de uma hora depois ele me contou que estava em dúvidas sobre o projeto. Que não sabia se estava no caminho certo.
Eu disse o que ele precisava ouvir para ter gás novamente e as coisas voltaram a seu rumo.
Dessas histórias todas, perceba a diferença de se ter Inteligência Emocional ou não na relação.
Podemos dizer que Inteligência Emocional tem relação direta com a felicidade do casal e com a perenidade do relacionamento. Para ficar mais fácil capturar seus próprios exemplos, esses são mais malefícios e benefícios de não ter e ter Inteligência Emocional:
NÃO Ter Inteligência Emocional - MALEFÍCIOS:
- Briga por qualquer motivo;
- Amargura acumulada;
- Desenvolvimento de crenças limitantes;
- Traumas emocionais;
- Impacto direto em todas as áreas da vida.
TER Inteligência Emocional - BENEFÍCIOS:
- Sabe como as próprias emoções funcionam;
- Antecipa situações de descontrole emocional e lida com elas antes de acontecerem;
- Reduz brigas;
- Evita situações que podem gerar ressentimento;
- Ajuda a administrar conflitos internos e externos;
- Aumenta a sua felicidade e a das pessoas ao seu redor.
Agora você já sabe a diferença que ter uma boa Inteligência Emocional faz em um relacionamento, certo? Já sabe o que ela é e o que ela não é, o que significa e já leu algumas histórias nossas em episódios com e sem Inteligência Emocional e sabe que praticar é a melhor forma de desenvolvê-la.
Mas e agora? O que eu faço para ter "isso"?
(PREPARO) COMO DESENVOLVER ESSA HABILIDADE?
Calma. Vamos te explicar várias técnicas que, se você colocar em prática, vão te tornar mestre em Inteligência Emocional.
Antes de seguirmos é importante você saber que todas as técnicas que vamos falar a seguir são para seu preparo para situações que exijam sua inteligência emocional. Mais para frente vamos falar sobre como se comportar em uma situação tensa e delicada.
1. AUTOCONSCIÊNCIA
Imagine que você está em uma sala de cinema, sentadx nos últimos bancos.
Na tela está passando exatamente o que você está fazendo agora. Uma visão real e ao vivo da sua vida, do seu comportamento e do que você fala.
Autoconsciência é isso. Poder observar a si mesmo, analisar e corrigir o próprio comportamento ao vivo. Online.
Se você tem boa percepção sobre seu comportamento no momento que ele ocorre consegue corrigir a rota no momento da ação.
Conhecer e perceber a si mesmx, saber que emoção está sentido e em que comportamento ela resulta, é a primeira das melhores técnicas para ter uma boa Inteligência Emocional.
Autoconsciência é o que vai te permitir ter autocontrole que é o grande objetivo da Inteligência Emocional.
Observe essa história:
Uma mulher observava pela janela a vizinha estendo roupas e lençóis no varal.
Ela olhou para o marido e comentou: "Olha só, a vizinha lava as roupas de qualquer jeito, as que deveriam estar brancas estão com esse tom de 'amarelo sujo'".
O marido observou, mas não comentou nada.
Na semana seguinte o episódio se repetiu, a mulher comentou novamente sobre os lençóis mal lavados da vizinha. O marido ficou em silêncio.
Na terceira semana, a mulher observou novamente a vizinha estendendo as roupas, surpresa, olhou para o marido e comentou: "Olha só! A vizinha finalmente tomou vergonha na cara e lavou direito os lençóis."
O marido respondeu: "Não foi a vizinha que lavou direito os lençóis. Fui eu que limpei nossa janela e agora que não vê mais com a camada de sujeira que tinha nela."
Autoconsciência tem esse efeito: te faz olhar para si mesmo.
Para adquirir essa habilidade, além da técnica "do cinema" explicada acima, também conhecida como dissociação, tem outras três formas simples de adquirir autoconsciência:
a) Pelo Conhecimento: aprender sobre comportamentos, relacionamentos, auto ajuda, qualquer conhecimento que te faça entender mais sobre o seu próprio funcionamento te ajudará nesse processo.
b) Pela Dor: quando alguém nos fala palavras mais duras, ou que normalmente não queremos ouvir, ignoramos por ser algo que fere nosso orgulho ou nos causa dor. Mas para adquirir autoconsciência, observar esses momentos e palavras que podem ser doloridas vai ajudar. Todo feedback é bem-vindo em busca de mais conhecimento sobre si mesmo. Não é preciso aceitar todo feedback, mas vale a pena ouvir e selecionar o que pode te fazer crescer.
c) Pela Empatia: nem sempre precisamos sentir a dor para aprender algo. Observar o comportamento dos outros e aprender com eles, principalmente com o que sentem, pode te ajudar também.
2 - LIMPE A CASA
Quando você está sob estresse, por qualquer motivo, família, trabalho, qualquer coisa pode te tirar do sério.
Acontece o que costumamos chamar de "gota d`água". Aquilo que falta para seu copo da paciência e do autocontrole derramar.
Por isso, limpar a própria mente, ter uma válvula de escape, um hobbie, um esporte, meditação, qualquer coisa que te ajude a tirar o foco das coisas negativas e relaxar.
Sim, relaxar também ajuda a desenvolver autoconsciência.
Em nossa mente, temos espécies de "salas" onde guardamos informações. As principais são a sala da depreciação e a sala da admiração.
Todas as coisas ruins que você aceita em sua mente são guardadas na sala da depreciação e as boas na sala da admiração.
Se você guarda muito pensamento negativo, críticas, hábitos ruins dx parceirx e seus, essa sala toma conta da sua vida.
De tempos em tempos, é importante limpa-la para dar mais espaço para a sala da admiração mostra sua luz.
3 - NÃO SEJA UM CAMINHÃO DE LIXO
Certa vez fomos almoçar na casa da da minha mãe (da Dé). A TV estava ligada no jornal e uma notícia de um assalto violento estava passando.
Voltamos para casa algum tempo depois e por alguma razão estávamos estressados um com o outro, irritados sendo grosseiros.
Emer percebeu que algo não estava certo conosco e comentou que achava que o noticiário do meio dia o tinha abalado. Abalou a mim também e ficou muito claro nos nossos comportamentos grosseiros.
Durante a vida, vamos acumulando o que a PNL (Programação Neurolinguística) chama de filtros.
Filtros são aquelas informações que recebemos no decorrer da vida que servem como "óculos" para o mundo. Esses filtros, que se transformam em nossas crenças e valores depois e definem quem somos.
Quando crianças, nossos pais nos colocam muitos desses filtros quando nos dizem: "você é inteligente"; "nossa, você é tão espertx"; "que boa criança você é";
Ou ainda: "você é lento"; "chorar é para os fracos"; "não seja burrx" (forma indireta de dizer: você é burrx).
Tudo isso se acumula na nossa mente inconsciente como filtros da realidade e se tornam verdade em algum nível para nós se não sabemos como bloquear isso.
Acontece que, muitas vezes, as pessoas tentam nos colocar filtros positivos "nossa, que genial essa ideia"; "que legal o que você fez"; "você é uma pessoa tão boa" e, por humildade ou cultura, recusamos esses que seriam filtros bons. Os rasgamos como se fossem nada dizendo: "imagina, não é nada"; "que isso, qualquer pessoa faria isso".
Recusamos os filtros bons e aceitamos os filtros ruins, que não fortalecem.
Então, a partir de hoje, para fortalecer sua inteligência emocional, duas coisas irão acontecer com você (aceite esses filtros positivos com o coração aberto, como um presente):
- Você irá aceitar os bons filtros que te colocarem, irá agradecer e ficará de mente e coração abertos.
- Você utilizará um "anti-filtro" para as coisas ruins que você ver e ouvir. Se não puder fazer fisicamente, faça mentalmente um "X" com os dedos indicadores das duas mãos, enquanto pensa "anti-filtro nisso".
Filtros não são apenas o que você ouve, o que você vê e sente também funcionam. Qualquer coisa que possa virar informação na sua mente.
Então, a partir de hoje, aceite apenas os filtros bons, que te tragam confiança e reconhecimento. Não significa ser arrogante, significa apenas que você vai agradecer pelas coisas boas que te disserem ou que você ver. E vai utilizar o "anti-filtro" (nossa mente processa bem metáforas, se você assistiu nossa live sobre comunicação vai saber bem o motivo, então confie na metáfora do anti-filtro), para não acumular na sua mente todo lixo que aparecer por aí.
Esteja sempre atento a que tipo de informação entra na sua casa, e permita apenas o que for filtro positivo. E, se puder, vá atrás dos seus próprios filtros bons, em livros, músicas com letras positivas, amigos que te estimulam.
4 - NÃO SE PREOCUPE COM O QUE OS OUTROS VÃO DIZER
Durante a evolução da humanidade, nossa mente se adaptou a viver em grupos por ser uma forma melhor de sobreviver.
E realmente é melhor e funcionou durante centenas de milhares de anos.
Por essa necessidade, nossa mente desenvolveu um medo primitivo da rejeição. Ser rejeitado significa não estar no "bando", e não estar no bando significa não sobreviver.
Mas hoje em dia podemos pedir comida por um aplicativo. Esse medo já não faz mais sentido. Mas a sociedade evoluiu mais rápido do que nosso cérebro biologicamente consegue se adaptar e o medo da rejeição continua lá.
Ter consciência disso e da origem desse medo te ajuda a não se preocupar tanto com as opiniões alheias.
O que as pessoas dizem ou pensam, se não te ajuda a crescer de alguma forma, não faz mais sentido dar tanto peso. Esse peso tira seu foco dos próprios comportamentos e não te deixa pensar claramente sobre o que está acontecendo na sua vida - um grande inimigo da Inteligência Emocional.
5 - NÃO SE COMPARE
Com o sucesso das mídias sociais e a moda de postagens mostrando o "lado bom da vida", algumas pessoas, sem perceber, acham que sua vida é inferior às das outras pessoas.
O que elas não percebem é que essa comparação da sua vida com o que aparece nas mídias sociais não faz sentido.
Cada um tem seu tempo, tem sua história, suas feridas e alegrias e nenhuma é igual à outra. Então não faz sentido nenhum achar que deve se comprar com o que as outras pessoas postam. Sem contar que essas postagens são pequenos flashs selecionados de uma vida, não a vida como ela é.
Há muito mais na história de alguém do que apenas o que aparece na sua 'timeline', e o outro lado, negativo, triste, não aparece. O que aparece é parcial. Mais um motivo para a comparação não fazer sentido.
Há uma diferença entre admirar e comparar.
Para se comparar com alguém, os parâmetros, história, sentimentos, família, teriam que ser exatamente iguais. O que não é possível, então só gera frustração.
Mas se você admirar alguém que tem mais sucesso que você em determinada área da vida, pode se inspirar nessa pessoa, usa-la como referência de aprendizado e totalmente consciente que vocês não serão iguais, mas que ela tem alguma coisa a te ensinar.
Então escolha admirar em vez de comparar.
6 - AUMENTE SEU NÍVEL DE RESILIÊNCIA
A palavra Resiliência vem da física e representa a capacidade de um material retornar ao seu estado original depois de sofrer algum impacto.
Interessante, não? Agora, imagine esse conceito aplicado a você.
Desenvolver sua capacidade de manter-se original, no seu eixo, ou, se afetadx, retornar rapidamente ao seu estado anterior, calmo e com auto controle.
Geronimo Theml explica Inteligência Emocional como sua capacidade de ter um "pavio longo", que demorara para queimar e explodir, e caso exploda, que você não afunde tanto na emoção e comportamentos gerados, mas que volte rapidamente.
Resiliência te ajuda a retornar rapidamente. Como diria Rock Balboa: "Não importa o quão forte você bata e sim o quanto você aguenta apanhar.
Desenvolva essa habilidade e terá percorrido metade do caminho para uma boa Inteligência Emocional.
Para isso, fazer essas três coisas vão ajudar:
1. Termine o que você começa. Se você se comprometer a ir até o fim com algum objetivo, sem desistir antes de terminar, criará "músculos mentais" da resiliência.
2. Desenvolva mini hábitos. Crie pequenas metas para cumprir por dia, tão simples que seja ridículo não fazer. Te ajudará a liberar dopamina no cérebro e a criar o desejo de querer fazer mais disso. Por exemplo, em vez de ler um livro por mês, se comprometa a ler um parágrafo por dia. Qualquer coisa que você leia além disso é lucro, e é aí que está a magia dos mini hábitos - você sente vontade de continuar, e vontade de continuar é o princípio da resiliência.
3. Comece com pequenas rotinas. Ter um mínimo de rotina te dá um lugar para onde voltar, outro princípio da resiliência - retornar ao seu estado original. Te dá segurança de que você é capaz de concluir coisas.
7- CUIDADO COM A SÍNDROME DE GABRIELA
"Eu nasci assim, eu cresci assim, vou morrer assim".
Acreditar que não é possível mudar, que "sou assim, e não vou mudar" ou que "ser humano é assim mesmo", além de não fazer sentido, já que a humanidade mostra sua flexibilidade e capacidade de adaptação todo dia, só te faz regredir e correr contra o relacionamento, indo longe da Inteligência Emocional.
Somos flexíveis em essência. Aprender novas habilidades, mudar, melhorar quem somos não tem nada a ver com "perder a personalidade" como muitas pessoas pensam, mas sim com aumentar sua personalidade e se tornar capaz de transitar entre vários territórios, conversar com várias pessoas, e entender x parceirx, os amigos, a família delx com muito mais facilidade. Desenvolver sua flexibilidade automaticamente te torna mais capaz de se comunicar de forma assertiva.
8 - USE A EMOÇÃO COMO FERRAMENTA
Cada emoção tem seus recursos, pobres ou ricos.
Uma emoção como a tristeza, por exemplo, te paralisa, te impede de agir, então é pobre em recursos. Já uma emoção como a determinação te move e te ajuda a alcançar seus objetivos - muito mais rica em recursos.
Se conhecendo, você sabe como age quando cada emoção surge. O que ela te traz de bom ou ruim. Aliás, esse é um ótimo exercício: determinar como você age com cada emoção.
Sabendo que comportamento a emoção gera em você, você pode escolher a emoção que quer usar em cada situação, para determinar seus resultados.
Cada emoção que temos surge de um processo. E cada pessoa tem seu próprio processo para as emoções.
Um exemplo de processo da emoção:
Sempre começa com um gatilho, algo que desperta a emoção na sua mente. A tristeza, por exemplo, pode ser despertada por uma notícia triste, ou um filme triste.
Depois que o gatilho é acionado, seu corpo começa a reagir a ele. Sua expressão fica baixa, seus olhos caídos, sua respiração mais lenta.
E pronto, uma espiral de tristeza se inicia.
Para escolher uma emoção e usá-la em seu favor, basta que descubra seus gatilhos e os dispare quando precisar.
Por exemplo, para a alegria, uma música alegre específica que funcione para você.
Para entusiasmo, uma imagem que te dê energia. Qualquer coisa que faça sentido para você.
9 - APRENDA A ANTECIPAR SITUAÇÕES
Você aprendeu no tópico anterior que cada emoção tem um processo. Um gatilho e os comportamentos que decorrem dele.
Agora, imagine que você está em uma conversa com a família dx parceirx. E alguém muito irritante surge com comentários indesejados. Sua primeira vontade seria de reagir ao comentário e quem sabe começar uma briga.
Mas ao conhecer seu processo da emoção raiva, você vai perceber que o comentário daquela pessoa foi o gatilho e vai perceber os comportamentos que decorrem daí: expressão facial de raiva, lábios cerrados, respiração curta, punhos fechados.
Antes do *processo* concluir, se você consegue percebê-lo, consegue antecipar seu próprio comportamento, e interromper o processo de forma a controlar o comportamento decorrente dessa emoção (que poderia ser uma explosão verbal ou física). Por exemplo, sabendo que você fecha os punhos, interrompa o processo e abra as mãos. Interrompa a respiração curta e troque por longas inspirações e expirações.
E assim você terá previsto o que iria acontecer e controlará o seu comportamento antes que aconteça.
FOGO NO PARQUINHO! E AGORA, O QUE EU FAÇO?
É sobre isso mesmo que vamos falar hoje: meu pavio acabou, a gota d'água aconteceu e eu explodi. O que eu faço?
Calma, sempre tem solução, e é mais simples do que você pensa. Se você acompanhou as lives e conteúdos anteriores, vai reconhecer as soluções com facilidade:
1 - AUTO CONSCIÊNCIA
Se conhecer e saber os próprios limites é sim solução para problemas.
Se você tem consciência sobre suas próprias emoções vai saber qual foi o gatinho que a disparou e em que etapa "do seu processo" você está: se na respiração, na expressão corporal etc.
Tento consciência sobre seu próprio processo, vai saber como e quando o interromper antes que as coisas fiquem piores.
Por exemplo, x parceirx disse algo irônico e te irritou, o gatilho já foi. Você sabe que sua expressão facial mudou, que suas mãos ficarão cerradas e assim por diante. E pode interromper o processo ou abrindo a mão, ou mudando a respiração ou dizendo com toda sua plenitude de pessoa emocionalmente inteligente: "não estamos indo por um bom caminho, vamos mudar de assunto, ou dar uma volta, ou tomar um sorvete".
2 - ENTENDA SUA MENTE
Na live sobre comunicação explicamos em detalhes como nossa mente funciona, recomendamos que assista para saber mais.
Mas por agora, é importante você saber que seu cérebro tem uma função chamada cérebro reptiliano que é o que o nome indica: a parte mais parecida com o cérebro dos animais. É responsável pela sobrevivência e pela reprodução e muito mais forte do que as outras duas partes do cérebro (córtex e límbico). Por ser mais forte, assume o controle com muito mais facilidade.
Se algo ameaça "sua sobrevivência", por exemplo, fere sua reputação (que é importante para fazer parte do "bando") ou fica no caminho entre você e sua comida (quando você está com fome e alguém quer discutir algo), o reptiliano irá entrar em ação, liberará um hormônio chamado cortisol que te deixa prepraradx para lutar ou correr, e nesse momento, fica muito mais difícil agir pensar racionalmente.
Sabendo disso, a solução se torna bem simples: proteja e use recursos (interromper o processo, ressignificar etc) para "acalmar" o cérebro reptiliano. Escolha os melhores horários - sem fome ou sono ou estresse acumulado - para lidar com assuntos difíceis ou sensíveis, dê um outro significado ou use sua melhora habilidade de comunicação para resolver conflitos relacionados à sua reputação, etc.
3 - RESSIGNIFIQUE
A realidade é neutra.
A maior prova disso é que uma mesma situação pode ter um significado diferente dependendo da pessoa que a vivencia. Por exemplo: um acidente de carro é bom ou ruim?
Se você olhar pelo ponto de vista "perdi o carro", "que transtorno" etc, vai ser ruim mesmo, mas se você considerar que "só bate o carro quem tem um", que "se algo ruim acontece, é por que algo de muito bom está para acontecer", ou que essa "é uma grande oportunidade de voltar para casa e dizer a família o quanto os ama por que todo dia pode ser seu último dia e não quer passar nem um segundo sem demonstrar o seu amor" então o que poderia ser motivo para drama e tragédia se torna algo muito mais leve para lidar, com um final feliz sempre.
Se tem uma única pessoa no mundo que pode dar um significado bom para isso, então é possível ressignificar.
Pode ser que nas primeiras, duas, talvez três, "ressignificações" soe estranho. Mas é só porque é algo que você não está acostumadx, é como usar um sapato novo, precisa de um tempinho para amaciar e ficar confortável. É uma mudança de comportamento, então um tempinho para adaptação pode ser necessário, mas com certeza é possível e os resultados serão ótimos.
Pense agora no que você pode ressignificar, aquela briga por causa de pouca coisa? Ótima oportunidade para vocês melhorarem sua comunicação ou pedirem pizza de reconciliação.
Brigaram por causa da família? Tudo bem, vamos aproveitar para resolver esse conflito e voltar mais fortes e unidos.
"A pessoa com mais habilidade para atribuir bons significados às situações da vida, tem muito mais chances de ser feliz"
Não é sobre ser otimista ou pensar positivo apenas, é sobre acionar uma parte do cérebro chamada SARA (Sistema de Ativação Reticular Ativada) ou SAR (para quem é da PNL) que é responsável pela atenção - o que tem sua atenção, se desenvolve muito melhor.
4 - MUDE SEU ESTADO
Também já falamos muito disso antes e está diretamente ligado à Inteligência Emocional.
Parte do seu processo da emoção é criar uma representação interna da realidade - o gatilho que faz sua mente gerar determinado estado emocional.
Se você altera o gatilho, pode alterar seu estado emocional.
Se você ficou triste ou com raiva de alguma coisa, experimente colocar aquela música ou filme que te faz rir ou sair por aí caminhando para olhar um ambiente diferente do que gerou o gatilho.
Seu estado irá mudar e a emoção que não te interessa no momento irá se dissipar e outra - a emoção correta - assumirá o lugar dela. E foi você, conscientemente, que escolheu a emoção que quer ter nesse momento.
O QUE MAIS DEVO SABER SOBRE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL?
Já estamos chegando no fim desse tema fascinante que é a Inteligência Emocional. Mas tem algumas coisas, além das que já falamos essa semana, que vão te ajudar a lapidar ainda mais a Inteligência Emocional que você tem desenvolvido essa semana:
1 - desenvolva sua comunicação
Live 03
2 - aprenda a lidar com conflitos e evitar brigas
Live 04
3 - conheça as linguagens do amor sua e dx parceirx
Live 01
4 - antecipe armadilhas emocionais - paixão e dependência
Lives 02 e 06
5 - compreenda sua capacidade diária de tomar decisões e auto controle
Sim, nós temos uma capacidade limitada para tomar decisões e ter autocontrole no dia. É comum que pessoas que fazem dieta, por exemplo, consigam se controlar melhor pela manhã do que à noite. Isso explica por que depois de um dia estressante, explodimos com mais facilidade.
Agora é contigo, vai lá e Transforme Seu Relacionamento!
Grande abraço, Debora e Emerson Srocinski.
